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AGRADECIMENTO AOS FAMILIARES DOS DOADORES DE ÓRGÃOS Este é um simples agradecimento diante da grandiosidade do ato da doação, por que na verdade nos sobram muitas palavras para expressar tamanha gratidão. Agradecemos a cada familiar pelo SIM à doação de órgãos que não somente salva a vida de alguém, mas que também muda o quadro de uma família inteira que vive a angústia da espera e a expectativa da mudança, quando essa mesma família doadora vive a angústia da perda. Quando este misto de alegria e tristeza, perdas e ganhos, lamentações e orgulho, sofrimento e liberdade vem à tona, os elos contrários que unem as duas famílias desconhecidas se entrelaçam para um objetivo comum SALVAR VIDAS. Diante desse elo de amor, a balança da vida mostra há essas duas famílias unidas por destinos diferentes e complementares lições valiosas: que a perda às vezes não significa perda; significa ganho. E que espera não significa dor; significa alegria. Obrigada você família, pela consciência e amor, puro e genuíno para com o próximo. E acreditamos que a cada dia, muitas famílias terão consciência do ato de doar e salvar vidas. E estas continuarão sendo como as ostras, que no momento que são feridas produzem a PÉROLA! ETERNA GRATIDÃO A TODAS AS FAMÍLIAS MOVIDAS PELO AMOR / Texto extraido do site:http://transplantepulmonar.com/agradecimento.html

sábado

AUMENTA O NUMERO DE TRANSPLANTE PULMONAR EM SÃO PAULO - BRASIL

Confira novo episódio da série de Drauzio Varella.
Conheça pessoas que contam os dias, as horas e os minutos à espera uma notícia que pode significar a diferença entre a vida e a morte. É gente que espera a hora de fazer um transplante de órgão. São histórias que poderiam ter qualquer um de nós como personagem, porque qualquer um de nós pode um dia precisar de um transplante.

Luiza Leazi de Farias tem 15 anos e precisa de um transplante de pulmão. Ela ganhou um notebook e pode se comunicar com todas as pessoas em São Paulo?
“Eu fiquei feliz, um privilégio, principalmente para quando eu estiver indo ao hospital”, contou a menina.
Este é um dos últimos dias de Luiza na casa onde sempre morou, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Ela está a caminho do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, onde vai esperar por um transplante de pulmão.

“No Rio, a gente não tem informação que faça em lugar nenhum”, diz a mãe de Luiza, a dona de casa Loudes Figueira Leazi.

Aos 12 anos, internada em um hospital do Rio por dois meses, Luiza descobriu que ia precisar do transplante.

“Pela informação que a gente teve, era a 19ª [da fila] quando ela entrou”, conta a mãe de Luiza.

“Sem remédio não tem cura. Agora eu não enfio na minha cabeça que não tem cura. Eu sempre penso que tem, sim”, afirma a menina.

Logo depois de fazer 15 anos, comemorados com uma grande festa, Luiza e a mãe foram para São Paulo.

“A Luiza já chegou para ser avaliada para o transplante em uma situação de doença bastante avançada. Pulmão, atualmente no Brasil, é o único órgão que não tem prioridade. Não existe uma lei que priorize passar um paciente na frente na lista de espera em relação aos outros pacientes”, afirmou a doutora Marolva Caramori, coordenadora clínica do Programa de Transplante de Pulmão do Incor.

“A melhor coisa que aconteceu para Luiza, no momento, foi ter conhecido Kelly”, acredita a mãe de Luiza.

“A Luiza já estava em São Paulo internada, e eu também tive uma crise com uma bactéria e acabei internada no mesmo quarto que ela. Meus amigos se afastaram todos. Na verdade, eu tenho um novo círculo de amigos. Os do passado já não existem mais”, comentou a técnica de enfermagem Kelly Fernandes da Cunha, de 27 anos.

Só é possível fazer transplante de pulmão em três cidades: Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo. O hospital paulista que mais transplanta, o Incor, no ano passado comemorou.

“Esta é, de longe, a maior festa que nós já tivemos em relação aos grupos de transplante”, disse o doutor Fábio Jatene, diretor do Programa de Transplante de Pulmão do Incor.

Em 2008, o número de transplantes de órgãos no estado de São Paulo foi o maior já registrado até hoje: 1.485. Foram 72 de coração e 25 de pulmão.

“Esse ano, no programa de transplante de pulmão, nós batemos o nosso recorde até então. Cada um de vocês tem uma história bonita para contar de superação, de luta e de sofrimento”, afirmou o doutor Fábio Jatene.

Doutor Drauzio visita casa de Kelly

“Eu tenho um balão de emergência para quando sair. Ele tem autonomia para, no máximo, seis horas. Se acaba de repente, eu passo mal. A máquina me mantém viva. Ela transforma o oxigênio ambiente em oxigênio puro e manda para mim”, conta Kelly.

A técnica de enfermagem faz um relato no seu diário: “Hoje eu fiquei deitada a tarde inteira com dor de garganta e estava sem ar. Aí depois eu descobri que era a minha máquina que estava vazando, aquela louca que fica lá na cozinha mandando oxigênio para mim. O concentrador estava vazando”.

“Essa máquina é um concentrador de oxigênio. A concentração de oxigênio, habitualmente no ar que a gente respira, é por volta de 20%. O que o aparelho faz é aumentar essa concentração para que a tração de oxigênio que o paciente respira seja maior. A gente faz uma prescrição do oxigênio que ele deve usar em casa. Mas se eles forem andar ou tomar banho, eles se cansam. Então, o organismo precisa de mais oxigênio, e aí ele pode aumentar o fluxo para suprir a demanda do organismo dele”, explicou o doutor José Eduardo Afonso Júnior, médico-assistente do Programa de Transplante de Pulmão do Incor.

O paciente fica na dependência de um tubo, que o liga à máquina. “O tubo pode ter quantos metros o paciente conseguir distensão. O problema é que, quanto mais longo for esse tubo, existe uma certa perda do oxigênio que chega ao nariz do paciente”, acrescenta o médico.

A máquina é movida à eletricidade. E quando falta luz? “Aí eu tenho outro, um cilindro grande que dura para dois dias. A gente já se conecta e fica com oxigênio puro também”, explica Kelly.

Essa máquina fica ligada o tempo todo, 24 horas por dia. O tubo que leva o oxigênio até os pulmões da Kelly mede 20 metros e permite que ela chegue até o portão de casa.

No decorrer da vida, o ser humano respira aproximadamente 700 milhões de vezes. Sem ar, o corpo não funciona. O oxigênio é o combustível que faz o cérebro funcionar, o coração bater e o corpo se movimentar. Muito pequena ainda, Kelly descobriu que seus pulmões não funcionavam direito.

“Os problemas começaram a partir dos 2 anos de idade. Comecei a ter as primeiras pneumonias sérias. Cada ano tinha uma nova, uma nova, uma nova...”, lembra a técnica de enfermagem.

Depois de ter cinco pneumonias no mesmo ano, em 2004, Kelly passou a viver presa, com a vida amarrada ao balão de oxigênio.

“Na sua tomografia mais atual, a gente consegue ver mais cinza os dois pulmões. Descendo, aqui o seu problema, que são as bronquiectasias”, aponta o médico José Eduardo Afonso Júnior, no hospital.

Os brônquios são tubos por onde o ar entra e sai dos pulmões. Dentro do órgão, eles se ramificam como galhos de árvore, mais finos nas pontas e com as paredes flexíveis. Na bronquiectasia, a elasticidade é destruída. Os brônquios ficam deformados, com a espessura alargada. A camada interna mais grossa dificulta a chegada do oxigênio aos auvéolos pulmonares e consequentemente ao sangue.

“O brônquio já está entupido. O ar fica preso e não sai”, alerta o médico.

Incapazes de eliminar as secreções naturais, os pulmões ficam vulneráveis a infecções que geram mais secreção. Com o tempo, acabam destruídos. A bronquiecstasia é uma doença irreversível. A única possibilidade de cura é o transplante.

“Temos duas dificuldades grandes para ter o transplante: uma é que são pouquíssimos os doadores em São Paulo. E outra é que precisa do tamanho compatível. Nós estamos em uma época ruim. A gente chega a ficar uma semana sem ter comunicado de doadores. É muito sofrimento uma pessoa não conseguir tomar banho sem sentir falta de ar, ter de usar oxigênio para ir à escola ou ao shopping”, comenta o doutor José Eduardo Afonso Júnior.

“As pessoas quando me vêem com um balão de oxigênio ao lado e com tubo, se assustam. ‘Nossa, o que você tem? Você fez uma cirurgia?’. É aí que eu pego elas e falo: ‘Olha, eu preciso de um órgão’”, conta Kelly.

“A Kelly é a primeira da lista do tipo sanguíneo A. Provavelmente ela está aguardando há tanto tempo, porque ela tem um tamanho especial. A compatibilidade para o transplante de pulmão, além de sanguínea, tem de ser em relação ao tamanho do tórax. Não dá para colocar um pulmão de um homem de dois metros de altura nela, que tem um metro e meio”, afirma o doutor José Eduardo Afonso Júnior.

A fila de espera por um pulmão é organizada por ordem de chegada, compatibilidade de anatomia e tipo sanguíneo entre o doador e o receptor.

“Nós temos muito poucos pulmões disponíveis para os pacientes que estão em lista. A realidade é exatamente essa: a gente tem cada vez mais pacientes em lista. Ao todo, 40%, quatro em cada dez pacientes, morrem sem conseguir fazer o transplante”, calcula o doutor José Eduardo.

“Eu luto muito para ficar aqui, gente, para sarar. Muito para fazer esse transplante. Eu quero viver. Eu estou muito angustiada hoje, a gente cria medo”, disse, chorando, Kelly em seu diário.

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